segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

MOACYR SCLIAR: O espanto que a ausência provoca.

Dedos afinados por um intelecto complexo, assim definimos o escritor que nos deixou. Moacyr Scliar reservou aos seus leitores, personagens, contos e crônicas inesquecíveis.  Aos amantes da boa literatura  fica uma obra respeitável.
Abraços,

Juliana Gobbe.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O microconto e a hipermodernidade.

Amanhã retomamos as nossas atividades literárias, faremos um debate sobre o microconto e a hipermodernidade. Escrever é preciso!
Embarcaremos numa profunda viagem com poucas letras. Esperamos vocês!


 Dia: 26/02/11
 Local: Biblioteca Municipal ( Atibaia - SP)
 Horário: 10hrs


" Toda terça ia ao dentista e voltava ensolarada. Contaram ao marido sem a menor anestesia. Foi achada numa quarta, sumariamente anoitecida."
Bibiana Silveira da Pieve


Vejam a reportagem sobre os planos literários para 2.011: www.atibaiacultural.com.br

Abraços,

Juliana Gobbe

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

TIZUKA YAMASAKI


Desde os irmãos Lumière até os dias atuais a grande tela nos arranca do chão promovendo ficção através do nem sempre doce cotidiano.
O surgimento do cinema contribuiu para a vivência estética, cultural, e, principalmente social de várias gerações.
O cinema brasileiro passando por contexto econômico diverso do americano, encontra em seus diretores um trabalho de vanguarda que o coloca entre os melhores do mundo.
Dentre os diretores nacionais, destacamos uma das mais brilhantes : Tizuka Yamasaki. Consagrada internacionalmente, a diretora domina como ninguém a linguagem da sétima arte. Parafraseando Chico Buarque: “Ela faz cinema, ela faz cinema, ela é demais.”

                                                       
                                                                         Foto: Estevam Avellar    
 

AJ- Como se deu sua aproximação com o cinema?

TIZUKA YAMASAKI- Meu primeiro interesse por cinema foi com o filme O Pagador de Promessas, do Anselmo Duarte que foi reproduzido aqui ( Atibaia –SP), no antigo cine Itá.  O filme, tão diferente dos filmes que seduziam a nossa geração adolescente,despertou-me uma curiosidade que nunca havia acontecido antes. Não sabia exatamente o que era. Só nos anos 70, quando fui fazer a Universidade de Brasília, e, participando de uma matéria chamada "Oficina Básica de Cinema", meu coração pulsou  fazendo me apaixonar pelo cinema.

AJ- Qual é a avaliação que você faz do cinema brasileiro na atualidade?

TIZUKA YAMASAKI- Temos os melhores temas, equipes técnicas e criativas da melhor qualidade, muita experiência e muita luta para dar continuidade ao cinema brasileiro. O que falta são salas exibidoras para o filme nacional,  pois foram construídas para exibição dos grandes lançamentos, principalmente os de Hollywood.

AJ- Qual foi o melhor filme brasileiro que você viu nos últimos tempos?

TIZUKA YAMASAKI- Vou citar apenas alguns filmes brasileiros que ficaram na minha memória: O Amuleto de Ogum, Tropa de Elite 2, Kenoma, Terra em Transe, Macunaíma e Como era Gostoso o meu Francês. 
                                                    
                                            Foto: Estevam Avellar


 AJ- Qual é a função social do cinema?

TIZUKA YAMASAKI- Fazer o brasileiro se orgulhar de quem é, se reconhecendo nas telas através de seus gestos, sua fisionomia, seu jeito de ser, seus risos, sua voz, seu olhar, como interessantes protagonistas da vida.

AJ-O que você pensa sobre o fechamento das salas de cinema no país, tais como, o Cine Belas Artes em São Paulo?

TIZUKA YAMASAKI- Lamentável.

AJ-O seu último filme: Aparecida - O milagre utiliza-se em grande escala da temática da fé. Qual foi a sua intenção ao dirigí-lo?

TIZUKA YAMASAKI- Primeiro não frustrar o público católico, depois cativar o público não católico com um filme que não pretendeu ser doutrinário. Quis fazer cinema.

Eis algumas indicações de filmes dirigidos por Tizuka:
Gaijin, Caminhos da Liberdade, Parahyba Mulher Macho, Patriamada  e o mais recente lançado em dezembro de 2.010: Aparecida - O Milagre. Eis o trailer desta comovente história:




SALVE TIZUKA!

Abraços,

Juliana Gobbe




Agradecimentos: Estevam Avellar
                            Vitória Produções





















 

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Renato Andrioli: Palavras vibrantes.

Renato Andrioli é um jovem de 33 anos, especialista em idiomas, tais como: português, inglês, espanhol e alemão. Hoje em dia atua como tradutor intérprete de muito sucesso no meio corporativo, literário, político, químico, industrial entre outros.
Nos momentos de inspiração...escreve poesias.

   

 AJ- Qual foi o livro que você mais gostou de ler?

RENATO ANDRIOLI-Pergunta difícil! O mais marcante foi também o primeiro livro que li, "Demian" de Hermann Hesse (escritor alemão, Nobel de literatura, 1946). E certamente um dos que mais gostei, foi também um do qual participei de parte da tradução que foi "O Labirinto do Mundo e o Paraíso do Coração" de Comenius, publicado pela Ed. Comenius em novembro de 2010. Os dois livros tratam de um estranhamento do mundo por parte da personagem principal, o que acaba trazendo muitas reflexões sobre a nossa realidade e novas formas de ver  tudo o que nos cerca.

AJ-Quais as maiores dificuldades que os tradutores enfrentam hoje no Brasil?

RENATO ANDRIOLI- Nada é realmente fácil para ninguém, imagino. Em um passado não muito distante o maior desafio dos tradutores era a falta de ferramentas práticas que possibilitassem as pesquisas nas mais diversas áreas. Pois, para traduzir sobre um determinado tema é preciso estudo. Quanto mais especialista no tema o tradutor é , melhor e mais facilmente vai conseguir traduzir o texto. Hoje há a internet e os avanços tecnológicos que facilitam muito a pesquisa, cabe ao tradutor filtrar as informações para saber o que vai ser mais adequado no seu texto ou não diante da diversidade de opções, jargões, vocabulário.
 Um outro desafio que enfrentam os tradutores de modo geral, pelo menos aqueles que querem entrar para o mercado editorial é que muitas vezes ficam subjugados às políticas de algumas editoras que nem sempre estão de acordo com as práticas de preços e prazos praticado pelos profissionais de tradução do mercado e acabam tendo que trabalhar por um preço bem mais baixo daquele que deveria ser pago. 
 Ainda têm a questão do mercado corporativo que quer sempre o melhor preço e uma tradução de qualidade para seus manuais técnicos e comunicações de modo geral. Se você é um bom profissional não terá problemas em entregar uma tradução de qualidade o desafio é mostrar para o cliente que nem sempre aquele que está só aventurando a dar uma de tradutor cobrando metade do preço é a melhor opção para quem busca alta qualidade e precisão técnica.

AJ- O que é  uma tradução de qualidade?

RENATO ANDRIOLI-Uma tradução de qualidade para mim, é aquela que não perde de foco a finalidade do texto. Explico, se é um manual, o grau de precisão e clareza é mais importante do que o grau de expressividade de um texto literário por exemplo, é quando vale à pena abrir mão de uma estrutura mais bonitinha para evitar uma ambigüidade por exemplo. Já num texto jornalístico por exemplo dependendo do artigo, importa mais o tom jocoso e de humor e assim por diante e nestes casos vale até trocar a piada/expressão considerando os traços culturais do que traduzir uma que faça sentido numa língua e nenhum na outra.
 Em suma, uma tradução de qualidade é aquela que melhor transmite as ideias do texto original em todos os aspectos sejam eles técnicos ou afetivos.

AJ-Existe algum livro que você gostaria de ter traduzido?

 RENATO ANDRIOLI-Gostaria de traduzir um livro com uma história que de algum modo mostrasse uma sociedade de homens iguais unidos pelos valores universais da moral, justiça, respeito. Um que pudesse contribuir com a evolução do mundo e da humanidade. Que despertasse a consciência social, de humanidade, respeito pela natureza e que fosse lido por muitas pessoas, milhões. Não sei este livro existe, existiu ou existirá, se será um ou já é o conjunto de todos os livros.
 Seja como for, gosto de associar a tradução com conectividade entre os povos do mundo. Qualquer trabalho que me faça estar envolvido com isto sempre vai me trazer grande satisfação.

AJ-Um recado para os jovens escritores.

RENATO ANDRIOLI-Não há desafio ou obstáculo que não possa ser vencido diante da busca autência de um ideal. No mundo há muitas dificuldades, na área da educação, leitura, literatura então nem se fala. Gosto muito de ser tradutor, é um trabalho que me dá um grande senso de propósito, e só houve alguém que me deu o primeiro texto para traduzir, porque houve alguém que acreditava em mim, na minha vontade, que sabia das dificuldades que eu enfrentava para alcançar o que queria e que sempre me identificava como tradutor. Este alguém era eu mesmo.
Um pouco de poesia:

Visitando o vovô!

O Velhinho ali doente, ansioso espera gente.
No dia de visitas o neto vem todo contente.
A vida foi mesmo dura e a hora é de aceitar,
sofrimento dor ou solidão, não existem sem parar.

Chegou o netinho querido. Que alegria ver e conversar!
Criança não vê dor; brinca, envolve a todos com amor.
O pai, a mãe o filho com o avô vieram ter
momentos agradáveis e divertidos, de prazer!


Certa hora diz o velho:- Algo sério vou contar...
- Importante deixar claro, vou partir e isto é fato!
-Vou feliz porque é hora, e todo mundo um dia vai embora.
E lá neste lugar, viver feliz e trabalhar.

O pai todo durão, reprova e fala não.
A mulher, que é filha e mãe vai e diz talvez.
A criança que é carinho e compaixão,
olha perto e põe-lhe a mão.

O velhinho ali doente, contou o que queria.
E agora está contente e partirá com gratidão.
Do homem leva o não, da filha o talvez.
Do netinho que é carinho e compreensão,
leva o olhar e o toque de emoção.




A temática da morte é recorrente na literatura universal, extrato do cotidiano nem sempre poetizado.
Através  de músicas, poesias, romances e filmes o assunto muitas vezes nos convida a pensar sobre saudade. Lembro-me da frase final do filme Central do Brasil proferida pela personagem Dora ( Fernanda Montenegro) : "Tenho saudade do meu pai...tenho saudade de tudo." SAUDADE:  palavra brasileira...distância.
Parabéns Renato pela captação do sensível escondido na dor.
 


Dica de leitura: A Arte de Morrer ( Visões Plurais)
Organização: Franklin Santana
Editora: Comenius.

Abraços,

Juliana Gobbe.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

LEITURAS MARÍTIMAS.

Sacralizado pelas crianças, discriminado pelos educadores ortodoxos: Eis que surge o gibi. Em páginas cobertas por inúmeros balõezinhos e diversos personagens, desenrolam-se pequenas histórias.

 A personagem Mônica criada por Maurício de Souza, hoje cresceu e virou uma bela moça ao estilo dos mangás japoneses (Turma da Mônica Jovem).Repertório é o que não falta para as hqs atuais.
Várias gibitecas se espalham Brasil afora, dentre elas, encontramos uma bem charmosa em Santos- SP.

                                           Foto: Bethog

Conversamos com um dos fundadores: Fernando José Guimarães e a gestora da gibiteca: Narayama Mamede:


                                           Foto: Bethog

AJ- Em que ano se deu a fundação da gibiteca de Santos?

NARAYAMA MAMEDE- A gibiteca foi fundada em 1.992.

                                           Foto: Bethog

 AJ- Como surgiu a ideia ?

NARAYAMA MAMEDE- A gibiteca foi criada através de um projeto da Secretaria da Cultura da nossa cidade.
                                           Foto: Bethog
AJ- Qual e o perfil do leitor que passa por aqui?

NARAYAMA MAMEDE- Todos os perfis possíveis. Nosso acervo é grande. Temos gibis para todas as idades.
                                           Foto: Bethog
AJ- Quais são os gibis mais lidos?


FERNANDO JOSÉ GUIMARÃES- Bang-Bang, Tex e Mandrake. As crianças gostam muito da turma da Mônica e os adolescentes apreciam os mangás.

                                           Foto: Bethog

AJ- Qual é a frequência diária na gibiteca?

FERNANDO JOSÉ GUIMARÃES- Recebemos em média a visita de trinta pessoas por dia.

                                           Foto: Anajú.

AJ- Vocês promovem cursos na gibiteca?

NARAYAMA MAMEDE - Sim, promovemos cursos de mangás, oficinas de desenho, cartoon infantil e roteiros de histórias em quadrinhos. 

                                           Foto: Bethog




AJ- Existe algum programa especial aqui na gibiteca?


 NARAYAMA MAMEDE- Nós temos um programa chamado "Adote um gibi" em parceria com a biblioteca municipal de Santos, os gibis que são doados pelos leitores em geral, são repassados para todos os bairros da cidade. Há também troca de gibis entre os leitores da gibiteca.

AJ- Quais foram as últimas exposições que vocês fizeram aqui na gibiteca?

NARAYAMA MAMEDE- Fizemos no ano passado uma exposição comemorativa em homenagem aos 18 anos da gibiteca, também fizemos uma exposição homenagiando o cartunista Glauco e promovemos o Salão Dino de humor.


 A gibiteca de Santos: Um espaço aconchegante para os leitores de histórias em quadrinhos. Vale a pena conferir!

Maiores informações: gibiteca@santos.sp.gov.br

Abraços,

Juliana Gobbe